quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Perdido em palavras

Aqui estou, perdido em palavras
Palavras que teimam em sair
Palavras essas que um dia foram minhas
São as paredes da minha memória
Dessa memória que separa os espinhos das rosas.
Não há tempo suficiente
Para tudo o que eu quero
Não há tempo suficiente para cada beijo
Para cada toque, para cada noite…
E eu perdido em palavras
Que tentam dar sentido
Que tentam suavizar as voltas ásperas
Que tentam transformar guerra em paz
Que viram a cobiça em necessidade.
Perco a mente E o mundo desaparece
Simplesmente…
Porque estou perdido em palavras.

m@_nn

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A musica continua

A noite está quente.
Ela está imponente, linda, toda besuntada de batôn…enfim, uma autêntica boneca.
Ele está de camisinha apertada, completamente inundado pelo aroma do after shave do pingo doce e o cabelo todo despenteado para lhe dar um ar mais ….mais …mais…enfim, um ar mais parvo.
Ele olha para ela.
Ela olha disfarçadamente.
Ele insiste no olhar.
Ela insiste em fingir que não o viu.
Ele enche os peitanitos para se mostrar.
Ela passa a mão pelo cabelo para mostrar a sua sensualidade.

A musica continua

Ele tenta acompanhar a musica.
Ela acompanha e até sabe a letra.
Ele coça a tomatada disfarçadamente, instinto do macho.
Ela decide ir ao wc com as amigas, instinto da fêmea.
Ele aproveita para ir ao bar e vira mais uma mini.
Ela regressa ainda mais linda, retocou a maquiagem.
Ele regressa ainda mais decidido,... e mais bêbado.
Ela aproveita para olhar de forma mais concreta.
Ele tem alturas em que já não a vê.
Ela começa a dançar com mais intensidade, movendo sensualmente as ancas.

A musica continua

Ele fica doido com tanta sensualidade.
Ela fica tonta de tanto abanar.
Ele decide aproximar-se.
Ela fica na expectativa.
Ele diz-lhe algo, mas não se percebe nada devido do barulho das luzes.
Ela também não percebe, mas sorri e diz que sim com a cabeça.
Ele encosta-se a ela por trás Ela finge que não sente nada.
Ele continua a dançar, mas mais lentamente.
Ela continua a mover as ancas e fecha os olhos.
Ele finge adorar aquela musica.
Ela também.

E ficamos por aqui…
Tive que ir embora da discoteca e não vi mais nada.

m@_nn

domingo, 15 de junho de 2008

Na praia

De repente a noite ficara mais escura, o mar tinha perdido o brilho que a luz da lua lhe fornecia todas as noites.
Tarde demais …ela não ia voltar, as marcas já estavam vincadas e já não iam desaparecer.
As lágrimas recusavam em tranquilizar e mostravam vontade de aparecer.
Tarde demais para entender, para perceber o que aconteceu
E de repente ele sentiu um vazio como nunca sentira antes.
Ficou ali sentado na areia molhada, a recordar o sorriso dela, o seu olhar frágil e meigo.
O sorriso dela ia muito além e ele acabara de a deixar partir.
Só lhe restava o casaco, ainda com o cheiro do perfume dela, os lápis que ela gastava e uma folha de papel.
Folha de papel que continha o que ela desenhou sem saber:
A imagem dele a caminhar na praia em direcção ao farol.
Ele olhou para o farol e resolveu seguir aquela luz, talvez a luz da salvação, a luz que o podia conduzir à felicidade.
Quando finalmente chega ao farol, encontra uma porta entreaberta, um silêncio nada vulgar no meio da agitação do mar, ele resolve entrar e subir, não vê ninguém, só as escadas sombrias, durante a subida ele sente o medo do incógnito, o medo de não encontrar o que realmente pretendia, mas era mais forte do que ele.
Finalmente no último andar ele encontra um homem, um estranho homem que se mantém calmo, indiferente à chegada do novo visitante.
Ele olha para o estranho homem e não sabe o que dizer, até que ouve a voz do homem:
- Já estava à tua espera rapaz, tenho um recado para ti !!
- O que é ?? Pergunta ele desesperado e ao mesmo tempo entusiasmado.
- Um papel com um desenho, toma é para ti”
Ele recebe o desenho ansioso e nervoso, podia estar ali a chave de tudo.
Ao olhar para o desenho, vê um por do sol visto de uma praia, mas também podia ser um nascer do sol. Por baixo continha uma mensagem:
O farol foi criado para conduzir o homem entre o anoitecer até ao amanhecer….”
Ele decidiu ir à praia no amanhecer seguinte…

Ao amanhecer lá estava ele…
Ela chegou.
O mundo estremeceu, o tempo parou, tudo estava claro.
Ambos perderam o norte e choraram a sorte, era o reencontro, o brotar de um novo amor.
Ela sorriu, ele sorriu e ficaram ali bem juntinhos a olhar o mar...


m@_nn

Devido ao facto da Ana Gomes não gostar de finais felizes, desafiou-me a concluir o texto " Lápis na areia"

Lápis na areia

"Ela viu-o pela primeira vez na praia, num dia de inverno.
Ele passeava à beira mar, ela desenhava sentada na areia.
Ele reparou nela, mas ela parecia tão absorvida no que fazia que ele nem pensou em interromper.
Ela deixou-o passar e voltou a olhar.
E foi assim o primeiro encontro.
O segundo foi dias depois, á tarde, no mesmo local.
Ele passeava novamente, ela desenhava mais uma vez.
Desta vez ela deu por ele ao longe e esperou que se aproxima-se.
Ele também já a tinha visto e abrandou o passo quando passou por ela.
Ela olhou para cima quando ele passou. Ele devolveu o olhar.
O olhar dele era tão intenso que ela baixou os olhos rapidamente, não a fossem queimar.
Ele tomou o gesto por uma recusa e mais uma vez não parou.
No terceiro encontro ele estava mais nervoso.
Foi logo no dia seguinte e ele não queria admitir que tinha ido lá só para a ver.
Ela como todos os dias, desenhava, mas desta vez, nem sabia bem o quê, enquando esperava que ele passasse. Desta vez ele quase que parou.
Mas ela não teve coragem de aceitar o olhar.
Ainda não... e continuo a desenhar, com os mesmo lápis de carvão de sempre.
No mesmo bloco de sempre.
No quarto dia ela encheu-se de coragem e quando ele passou, ofereceu-lhe um sorriso.
Ele surpreendido olhou e a medo sorriu de volta.
Ela aguentou o olhar e ele encorajado fez a pergunta. “O que desenhas?”
Ela mostrou-lhe. Era um vulto masculino a caminhar à beira mar...
Ele contemplou em silêncio durante alguns minutos. “Sou eu?” – Perguntou “Sim” - respondeu ela.
Ele pegou-lhe na mão e mais uma vez ficaram em silêncio, a olhar para o mar e ouvir o ruído das ondas a rebentar na areia. Anoiteceu.
Ela tremeu com o frio.
Ele embrulhou-a no casaco que levava e abraçou-a. “Está na hora de ir” – Disse ele – “Amanhã voltamos.” Com um último olhar de despedida, separaram-se.
No dia seguinte ela esperou. Ele não apareceu.
Já de noite chega um vulto a correr pelo areal.
É ele. Ofegante pára no lugar onde ela costumava estar.
Mas no seu lugar apenas restam o casaco que ele lhe tinha emprestado, o desenho que lhe tinha mostrado e os lápis na areia..."

Este texto foi escrito por uma amiga minha (Ana Gomes)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Cinco minutos na mente das mulheres

Tal como no filme “what womem want”com o Mel Gibson e Helen Hunt, eu também levei com um electrocardioraiomulheredoestáctico…não precisam de ir ver ao dicionário, porque existe, basta que acreditem em mim.

O sintoma do referido é simples, consigo “ouvir” tudo o que as cobras (mulheres) estão a pensar.
Fui para a rua ouvir os tais pensamentos que foram surpreendentes e passo a citar:

“Gajos, gajos, gajos onde andam?”
“Tenho de ir á cabeleireira, tenho um cabelo com micro-morfose-i-aguda e pode estragar a minha reputação perante as minhas amigas…e os gajos??”
“Tenho um risco na unha…ai, horrível!!”
“Será que nunca mais inventam um telemóvel que aguente 24 horas de conversação?!”
“Epá, aquele gajo deve ter uma grande tomatada!!” esta era para mim, claro!
“Onde será o wc??tenho de ir retocar a maquiagem!”
“Será que esta blusa laranja fica bem com as calças pretas?”
“Será que estou bonita?”
“Onde é a casa de banho?”
“Gajos, gajos, gajos”
“Será que aquele gajo tem dinheiro?”
“Vou fazer compras”
“Vou fazer compras”
“Vou fazer compras”
“Vou fazer compras”
“Vou fazer compras”
“Onde é que meti o raio do espelho??”
“Dass, aquele gajo é bom”
“Vou fazer compras”
“Vou fazer compras”
“Vou fazer compras”
“Será que o vibrador tem pilhas?”
“Vou fazer compras”
“Onde andam os gajos?”


Aprendi bastante com as mulheres durante aqueles 5 minutos, por isso e devido a tanta originalidade e cultura, resolvi ir para casa ver o national geografic….bicharada por bicharada.

Super bock

Eu não sei porque existe pessoal que bebe super bock e no dia seguinte têm dores no traseiro…
Preferem beber sagres e tal, dizem que não dói tanto.
Bem…ontem bebi umas quantas sagres e outras tantas super bocks e estou intacto.
Portanto a culpa não é das bebidas, talvez seja autocontrolo descontrolado-gay por parte dessas pessoas.
Adorei a sardinhada, aliás, ainda tenho uma espinha na garganta, mas acho que era do camarão.
Fui muito bem recebido e estive muito bem acompanhado.


Voltando ao caso “Super Bock”….isso não Metal

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Excesso de liberdade

O golpe de estado militar do dia 25 de Abril de 1974 derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças leais ao governo, que cederam perante a revolta das forças armadas. Este levantamento é conhecido por Dia D, 25 de Abril ou Revolução dos Cravos. O levantamento foi conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).
Foi uma vitória do povo português, sem dúvida.
Como é bom viver num país democrático, com leis fundamentadas nos direitos humanos, que nos permite opinar, observar e até protestar certas e determinadas injustiças.
Até aqui tudo bem, mas acontece que já vivemos num país com excesso de liberdade, com excesso de zelo por parte da maioria dos cidadãos.
Eu lembro-me dos meus tempos de escola (não muito longínquos) em que se respeitavam os professores de uma maneira intocável, inquestionável e até de forma absoluta….Hoje em dia os professores não tem poder sobre os alunos, sendo que alguns deles são agredidos verbalmente e até fisicamente pelos alunos, nalguns casos incentivados pelos próprios pais.
Os jovens de agora tem a liberdade de se tornarem delinquentes, mal educados e até agressivos.
Não será liberdade a mais??
Antes do 25 de Abril os cidadãos não podiam votar tornando este país num regime ditador, fascista e unilateral….
A partir dessa data o povo passou a ter direitos absolutos sobre o governo….votar passou a ser uma opção, um dever cívico e o direito a optar …Depois desta luta toda, observo que a maioria das pessoas não votam, não exercem o seu direito, o seu dever.
É mais cómodo ir para a praia, dormir ou ir ao café em vez de ir votar….um direito pelo qual a maioria dos nossos pais lutaram….
Enfim, democracia para quê ??
Liberdade para quê ??

m@_nn