De repente a noite ficara mais escura, o mar tinha perdido o brilho que a luz da lua lhe fornecia todas as noites.
Tarde demais …ela não ia voltar, as marcas já estavam vincadas e já não iam desaparecer.
As lágrimas recusavam em tranquilizar e mostravam vontade de aparecer.
Tarde demais para entender, para perceber o que aconteceu
E de repente ele sentiu um vazio como nunca sentira antes.
Ficou ali sentado na areia molhada, a recordar o sorriso dela, o seu olhar frágil e meigo.
O sorriso dela ia muito além e ele acabara de a deixar partir.
Só lhe restava o casaco, ainda com o cheiro do perfume dela, os lápis que ela gastava e uma folha de papel.
Folha de papel que continha o que ela desenhou sem saber:
A imagem dele a caminhar na praia em direcção ao farol.
Ele olhou para o farol e resolveu seguir aquela luz, talvez a luz da salvação, a luz que o podia conduzir à felicidade.
Quando finalmente chega ao farol, encontra uma porta entreaberta, um silêncio nada vulgar no meio da agitação do mar, ele resolve entrar e subir, não vê ninguém, só as escadas sombrias, durante a subida ele sente o medo do incógnito, o medo de não encontrar o que realmente pretendia, mas era mais forte do que ele.
Finalmente no último andar ele encontra um homem, um estranho homem que se mantém calmo, indiferente à chegada do novo visitante.
Ele olha para o estranho homem e não sabe o que dizer, até que ouve a voz do homem:
- Já estava à tua espera rapaz, tenho um recado para ti !!
- O que é ?? Pergunta ele desesperado e ao mesmo tempo entusiasmado.
- Um papel com um desenho, toma é para ti”
Ele recebe o desenho ansioso e nervoso, podia estar ali a chave de tudo.
Ao olhar para o desenho, vê um por do sol visto de uma praia, mas também podia ser um nascer do sol. Por baixo continha uma mensagem:
“O farol foi criado para conduzir o homem entre o anoitecer até ao amanhecer….”
Ele decidiu ir à praia no amanhecer seguinte…
Ao amanhecer lá estava ele…
Ela chegou.
O mundo estremeceu, o tempo parou, tudo estava claro.
Ambos perderam o norte e choraram a sorte, era o reencontro, o brotar de um novo amor.
Ela sorriu, ele sorriu e ficaram ali bem juntinhos a olhar o mar...
m@_nn
Devido ao facto da Ana Gomes não gostar de finais felizes, desafiou-me a concluir o texto " Lápis na areia"
domingo, 15 de junho de 2008
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